domingo, 15 de janeiro de 2012

Os Anglicanos e os similares

Eu quero uma mitra. Parece estranha esta afirmação, mas ela não é assim tão estranha quanto parece. Estamos assistindo no meio Anglicano a um verdadeiro circo armado! Há um desfile de mitras em todo lugar nos espaços da internet. Igrejas “anglicanas” com os nomes mais bizarros possíveis, fundadas e dirigidas por pessoas totalmente despreparadas e portadoras de megalomanias as mais diversas. Fora isso há também fortes interesses econômicos, pois pensam que episcopado é fonte de lucro. Esse fenômeno não está restrito aos meios Anglicanos. Ele já acontece há anos na Igreja Romano-Católica, com uma série de falsos bispos que se passam por bispos Romano-Católicos. Mas não fica só aí. A mistificação está também nas Igrejas Batistas, Ortodoxas e em várias denominações históricas.
Pois bem. A Constituição Brasileira permite a liberdade religiosa e de culto. Está lá em seu artigo 5º. Mas isso não dá direito a ninguém de macular e de enganar o povo com a criação de igrejas meramente cartoriais (de gaveta), onde a única coisa que existe é um site na internet e algumas vezes um CNPJ. A maioria desses falsos bispos, falando no contexto anglicano, pleiteiam para si o título de Continuantes e em sua maioria “Anglo-Católicos. Ora, como continuar o que antes nunca foram? Igrejas Anglicanas Continuantes são àquelas que uma vez estiveram ligadas à Sé de Cantuária, se desligaram por razões diversas e que resolveram continuar na fé Anglicana. Esses são os Continuantes.
O que temos presenciado no meio Anglicano dito Continuante (resguardadas umas poucas igrejas sérias no Brasil e no exterior) é um festival de “bispos” e “arcebispos” das mais variadas tendências e bizarrices. Primazes que apascentam a si mesmos, bispos sem clero e sem povo, tendo somente o título e a pompa do cargo (muitas vezes comprado a peso de ouro).
Eu quero acreditar que as Igrejas Anglicanas históricas e autênticas, tanto as ligadas à Sé de Cantuária como as Continuantes sérias, deverão tomar uma posição em relação a esse descalabro em nosso meio.
Será necessário deixar bem claro quem é quem nessa história. O caráter inclusivo do anglicanismo não pode ser levado ao extremo, até porque no anglicanismo o que impera é o equilíbrio, daí ser católico e evangélico. Somos uma Igreja de via média e não uma igreja católica sem Papa ou uma denominação Evangélica.
Eu convido aos bispos, primazes, arcebispos e semideuses, que se matriculem em escolas Anglicanas sérias e históricas, para compreenderem um pouco desse maravilhoso e abençoado ramo da igreja de Cristo chamado Episcopal Anglicano. E que se submetam a um processo legítimo e canônico e se tornem realmente Anglicanos.

Rev. Haroldo Mendes

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