sábado, 28 de julho de 2012

Culto Anglicano: Por que fazemos o que fazemos?(*)


Culto Anglicano: Por que fazemos o que fazemos?(*)

Se você está familiarizado com a nossa liturgia ou não, nós cremos que é importante todo mundo entender por que nós adoramos do modo como fazemos. A pergunta “ por que nós fazemos as coisas desse modo peculiar” é boa e justa. Por favor, não sinta incômodo em nos perguntar! Estou certo de que alguns desejam saber se isto nada mais é que mera tradição humana - mas não é. Nós desejamos que a nossa adoração seja vigorosa e robusta no oferecimento de nosso louvor a Deus. Por isso, achamos importante expressar a nossa adoração a Deus com três preocupações. A adoração deve ser bíblica, histórica e verdadeiramente católica (universal).
O propósito deste artigo é mostrar que a nossa adoração, nas paróquias e missões da Comunhão Anglicana, se ajusta a estas preocupações e o porquê. Explanaremos algumas questões específicas que nos foram feitas ao longo do caminho.
Em face disso, nosso livro de adoração pública, chamado Livro de Oração Comum (LOC) é 70% constituído de citações diretas de partes e passagens da Bíblia. Outros 20% são paráfrases da Bíblia, e 10% tirados de ensinos bíblicos. Mas é muito mais do que simplesmente citarmos um grupo de versos, mais que simplesmente ajustarmos as partes da Bíblia como nós queremos. Os cultos conformam-se a cenas de adoração bíblica, tanto no céu como na terra. Essas cenas servem como um modelo para a adoração dentro da Tradição Anglicana e da Igreja Cristã em todos os tempos. Assim, a adoração é bíblica, até mesmo se você não está acostumado a ver alguns princípios postos em prática.
Este pequeno estudo deve aprofundar sua compreensão da adoração bíblica. Permita-me antecipar algumas de suas perguntas, especialmente aquelas que fundamentam o porquê adoramos do modo como o fazemos.

1. Por que vamos ao culto?
A resposta a esta pergunta determina tudo sobre o culto. Estamos no culto por Deus ou por nós mesmos? Por que vamos até ao culto?
 Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis.Porque, ao comerdes, cada um toma, antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha fome, ao passo que há também quem se embriague.Não tendes, porventura, casas onde comer e beber? Ou menosprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto, certamente, não vos louvo. Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha. (1 Coríntios 11:20-26)
A  resposta à questão, "Por que vamos ao culto?" determina tudo sobre o culto. Pode ser respondida apenas de dois modos: nós estamos lá por causa de Deus ou por  causa do homem.
Se nós vamos adorar para os homens, estamos interessados principalmente em questionamentos como: Estamos tendo um momento gostoso? Este serviço está me dando um bom sentimento? Nós estamos vivenciando um bom companheirismo? Nós gostamos do pastor? Somos movidos pelos sermões? Estas perguntas têm um denominador comum. Elas refletem propósitos para a adoração centrados nos homens, porque todas elas se referem aos homens. Não entenda mal. Muitas questões desse tipo são preocupações legítimas. Mas elas não são propósitos bíblicos para adoração, para a vida em comunidade mencionada na passagem anterior.
A Bíblia ensina claramente que o propósito de adoração é para Deus. O apóstolo Paulo reprovou um grupo de cristãos por colocarem os próprios desejos egoístas deles antes da glória de Deus, ao se reunirem por razões centradas no homem. A igreja coríntia só se preocupou em encher suas próprias bocas, tendo um tempo gostoso para celebrarem juntos. Eles tinham perdido a visão real, o propósito que era anunciar a morte do Senhor(I Co 11:26). Eles não deveriam celebrar a Ceia para si mesmos, mas para Deus. Como eles sentiam ou o que gostavam não eram razões para prestar culto.
De fato, os cristãos de Corinto não podiam se sentir bem quando estavam juntos. Na mesma passagem o Apóstolo Paulo diz que entre eles havia muitos doentes e fracos e até quem dormisse por não haver verdadeira adoração bíblica (I Co 11:30). Eles poderiam estar se sentindo assim porque havia pecado em suas vidas. Isso acontecia com eles para que se arrependessem. Como nos sentimos ou até mesmo o que pensamos sobre a adoração bíblica não é o ponto. Nós não somos o ponto de nada. Deus é. Nós apenas vamos adorá-lO!
Uma vez que resolvemos por que viemos adorar, o resto entra em seu lugar biblicamente, enquanto prestamos nossa adoração de forma mais razoável.

2. Por que sua adoração é tão formal?
Aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima. (Hebreus 10:22-25)
Adoração comunitária é uma ocasião oficial. Não é tempo casual. Em vez disso, é um momento especial em que a igreja como um todo entra verdadeiramente na sala do trono de Deus. E, de certo, um tempo todo especial de estar diante de Deus e ele caminhando conosco. Se não for esse o caso, se a igreja não entrar especialmente na presença de Deus no primeiro dia da semana em sua adoração, então estas palavras não tem sentido: "aproximemo-nos de Deus... Não deixemos de congregar-nos... façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima" (Hebreus 10:19-25). No contexto desta passagem, o Apóstolo compara o templo do Velho Testamento e o Templo Divino manifestado no Novo Testamento. O velho templo é removido: o véu que separa as pessoas de Deus é rasgado e o acesso é feito por inteiro no novo  templo celestial. Então Paulo diz: "aproxime-se para O adorar."
Se a igreja for especialmente atraída por Deus na adoração, para estar próxima dele, então o povo de Deus deveria refletir nesta realidade em suas atitudes. Deveria demonstrar dignidade e reverência em tudo o que uma ocasião dessas exige. Este é o cerne de “porque nós adoramos do modo que o fazemos”. Nós vamos adorar com a convicção de que estamos entrando na Corte do Rei dos reis. Realmente estamos! Não deveríamos ter cuidado de nossas ações, sendo cuidadosos para não ofender a Deus? Eu penso que a resposta à questão da formalidade está no fracasso da Igreja moderna em não ver a adoração como uma entrada verdadeira na presença do Deus Vivo. Porém, uma vez que isso é percebido, nossa perspectiva muda e todas as perguntas sobre adoração formal ou litúrgica mudam.
Eu creio que a Igreja moderna se tornou assim porque se preocupou com a liberdade para ser casual e perdeu o senso de Deus como Rei. A noção de respeito, dignidade e honra tem desaparecido. Se nós pensarmos que em outros tempos a formalidade e a informalidade eram diferentes em nossas próprias casas, podemos então entender porque a igreja tem sido tão informal. Há momentos em que eu sou muito sério com meus filhos e não quero que eles desconsiderem o que eu digo. Eu espero que eles ouçam e respondam imediata e educadamente:  "Sim, Senhor" ou  "Não, Senhor". Há outras ocasiões, entretanto, em que brinco com meus filhos pelo chão e damos risadas. Há momentos em que eu e meus filhos nos vestimos à vontade para jogar bola. Também há momentos em que meus filhos querem que eu fique sério. Meus filhos vestiriam as melhores roupas e tocariam piano. Eles quereriam se vestir assim por que seu pai queria vê-los assim. Não é interessante que quando minhas crianças querem tocar ou apresentar-se para o pai delas, elas não tenha nenhum problema em se vestir com rigor?
Esta é a idéia de formalidade em adoração.  Não significa que não haja momentos informais como a reunião de oração ou o estudo bíblico nas casas.  Porém, significa que há momentos formais onde apresentamos o nosso melhor a Deus, nosso Rei Alto e Majestoso. Da mesma maneira que em nossa vida há momentos formais e informais, assim na Igreja há a mesma dinâmica.

3. Por que o púlpito fica posicionado lateralmente?
Se nós estivéssemos nos aproximando do trono de Deus, a arrumação do trono de Deus deveria refletir esta verdade bíblica. A mesa da comunhão ilustra o trono de Deus para o qual nos aproximamos em adoração. Está no centro porque Deus é o centro e não o homem. Para enfatizar esta centralidade de Jesus Cristo, o púlpito e o atril são colocados ao lado. Além disso, a Palavra de Deus é lida num lugar diferente(atril) de onde é pregada(púlpito) para mostrar que a pregação não é igual à Palavra de Deus. Que o que o homem diz não é o que Deus diz. Assim, a posição central da mesa (chamada "altar" em algumas igrejas) é para sublinhar a centralidade de Jesus Cristo como Deus e Cabeça da Igreja.

4. Por que os ministros usam roupas especiais?
Na adoração bíblica, os ministros usam artigos de vestuário distintivos para cobrir a roupa deles, tanto no Velho quanto no Novo Testamento. Por quê? Eles representam alguém que está além deles, isto é, Jesus Cristo. Eles cobrem as suas roupas com outros artigos de vestuário para claramente apontar Cristo. Quando eles conduzem a adoração não são homens comuns. Eles possuem um ofício como Ministros de Deus e as vestes simbolizam este ofício. Por exemplo, um juiz usa toga porque ele não age por si mesmo. Ele representa o governo deste país. Da mesma forma o ministro representa a lei e o governo de um outro Reino pelas vestes que usa. Da mesma maneira que a mesa central representa a centralidade de Cristo, a roupa do ministro significa a centralidade como bem.
A cor básica para adoração é branca, enquanto representa a luz e glória da Ressurreição. Esta veste branca (sobrepeliz) normalmente é usada por cima de uma túnica preta chamada sotaina ou batina. Ela simboliza a morte na cruz. Ambos enfatizam a obra de Cristo efetuada na cruz. Por cima da sobrepeliz e da batina, o ministro usa freqüentemente, ao redor do pescoço e pendente ao peito, uma tira estreita longa, ou uma estola de pregador chamada típete, de cor negra, ou colorida, chamada estola, quando celebra a comunhão. Esta faixa representa o jugo de Cristo, como disse Ele : "Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim...pois meu jugo é suave e meu fardo é leve" (Mateus 11:29-30). O jugo era, literalmente, uma peça que se prendia ao pescoço dos bois nos tempos de Cristo. Sendo arreado com um jugo, um boi poderia agüentar uma carga. Quando o Cristo diz que Ele é o "jugo", Ele quer dizer que Ele leva os fardos desta vida literalmente. Quando o Ministro usar a estola ou o típete, está pregando um sermão visual, lembrando as pessoas que Cristo leva os seus fardos.
Para simbolizar que o ministro é um servo, ele também usa uma roupa especial em seu trabalho cotidiano. Isto deveria ser visto como o uniforme dele, da mesma maneira que qualquer serviço especial para a comunidade tem um uniforme distinto: o bombeiro, policial, médico, e assim sucessivamente. O símbolo comum do ministro é o seu colarinho clerical. Este colarinho estava ao redor do pescoço dos escravos no mundo antigo. A igreja adotou isto como seu símbolo para enfatizar que seus ministros são escravos do Senhor. Certamente todo crente é um servo de Cristo, mas o ministro representa esta função de modo especial. Na vocação dele, ele simboliza na verdade o sacerdócio da Igreja inteira, o sacerdócio de Cristo. A roupa do ministro aponta para Cristo e o distingue no lugar de adoração e vida.

5. Por que vocês sentam, ajoelham, e se levantam nos cultos?
Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.(Romanos 12:1)
Adoração é "serviço" de acordo com o Bíblia. Não é passividade, pois não é o servo maior que seu Senhor. É atividade. Quantas vezes ouvi pessoas dizerem que adoração é uma experiência. Isto não revela o essencial. É um ato que claramente ocupa os participantes da Adoração a Deus. Não é algo para sentar e desfrutar. É serviço espiritual, trabalho espiritual.
Considerando que adoração é um ato de mostrar reverência, são assumidas várias posturas no serviço. A regra geral apresentada na Bíblia é: ajoelhe para orar, sente para escutar e levante em resposta. Nos cultos nas paróquias Anglicanas usamos os três gestos. Adoradores modernos podem perguntar: Por que todos se levantam, se sentam e se ajoelham? Por que não podemos entrar e ficar sentados?
Primeiro, ajoelhar-se é o modo comum de orar nas Escrituras. O Apóstolo Paulo diz:"Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai." ( Efésios 3:14)
Ele acrescenta, "Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai." (Filipenses 2:9-11). Ajoelhamo-nos para expressar uma variedade de atitudes na oração: humildade, respeito, submissão, gratidão e louvor. A posição comum de orar sentados na maioria das igrejas evangélicas não é encontrada na Bíblia; nunca Abraão, Davi ou Jesus fizeram orações sentados. Em vez disso, a pessoa acha na Bíblia uma postura diferente por uma razão muito boa. A ação corporal de dobrar os joelhos em oração põe forma a nossas atitudes.
Por quê? Como escreve Thomas Howard, "Nossas atitudes íntimas clamam por uma forma. Elas desejam ser vestidas com carne. Nós podemos ver isto onde quer que estejamos: quando estamos felizes, nossos músculos  se estiram num sorriso; quando tristes, nossos canais lacrimais vão trabalhar; se estamos envergonhados, nossos músculos do pescoço inclinam as nossas cabeças; se estamos com sono, bocejamos; se estamos bravos, apertamos os nossos punhos." Oração envolve a pessoa inteira. Culto não é só um ato mental, enquanto ouvimos um sermão. Ajoelhar-se  poderia ser a representação do que deveria ser a nossa vida inteira
Sentar-se é um modo apropriado de ouvir a Palavra de Deus e a pregação. Você notará que a Bíblia é lida mais desta forma que de outras. Muitas igrejas quase nunca lêem a Bíblia, o que é muito triste. Na Liturgia Anglicana, o Velho e o Novo testamentos são lidos, junto com uma leitura dos Salmos na Oração Matutina. Na verdade, os Salmos normalmente são lidos responsivamente, enquanto enfatizam a atividade adoradora, como forma de respondermos à Palavra de Deus, o que deveria ser o nosso dever toda a vida.
Terceiro, levantar-se  para responder é uma forma de demonstrar respeito. Você notará que toda vez que a Palavra de Deus é lida, a congregação imediatamente dirá ou cantará uma resposta em louvor. Estas respostas são normalmente seções da Bíblia ou hinos antigos, chamados cânticos. A postura de estar de pé também é a resposta apropriada para nossa vida inteira. Quando Deus fala, a Igreja deveria estar assim diante de Cristo.
Assim, o movimento físico no culto - estar de pé, sentado ou ajoelhado - é um ensino silencioso de Deus que nos dá importantes lições. Eles são respostas em ação quando Deus fala. Ainda: são respostas na justa medida que precisam ser. Estes gestos estão de acordo com a Bíblia. E, finalmente, são o resumo em ação do que nossa vida inteira deveria ser: submissão(ajoelhar), ouvir a voz de Deus(sentar) e estar em Cristo(levantar-se).

6. Por que vários símbolos como velas e a cruz?
Fizeram, pois, os filhos de Israel como Josué ordenara, e levantaram doze pedras do meio do Jordão, como o SENHOR tinha dito a Josué, segundo o número das tribos dos filhos de Israel, e levaram-nas consigo ao alojamento, e as depositaram ali. Levantou Josué também doze pedras no meio do Jordão, no lugar em que, parados, pousaram os pés os sacerdotes que levavam a arca da Aliança; e ali estão até ao dia de hoje. (Josué 4:8-9)

É comum termos ao nosso redor, em nossa vida mortal, muitos símbolos: alianças de casamento, diplomas, medalhas, distintivos, apertos de mão, bandeiras, uniformes, velas de aniversário, guirlandas de Natal, vestidos de noiva, rosas, lírios, beijos, composição de mesas em cerimônias. Todos estes gestos, roupas, e artefatos dizem algo. Eles têm um significado para nós. (Thomas Howard). Esta verdade sobre os símbolos se origina na Bíblia.  As Sagradas Escrituras falam de todo o tipo de símbolos que reforçam a relação entre o homem e Deus. Eles não são adorados ou venerados, mas servem a alguns propósitos importantes.
Primeiro, símbolos visuais ensinam verdades importantes na Bíblia. Lá diz, por exemplo, que um pilar de pedras foi construído para simbolizar como Deus tinha conduzido o seu povo. Foi feito de pedras do leito do rio Jordão para lembrar as pessoas como Deus os tinha feito passar ali e pelo Mar Vermelho. Este símbolo era uma adição a tantos outros usados entre as pessoas e Deus, como a circuncisão e a Páscoa, sem mencionar todos os outros que eram usados no Tabernáculo, o lugar central de adoração. Isto evidencia uma posição bíblica no uso dos símbolos.
Segundo, os símbolos do lugar central da adoração não só apontam lições espirituais importantes, mas criam uma atmosfera gloriosa de adoração. Lembremos que as pessoas se aproximam da sala do trono de Deus durante a adoração, por isso, é apropriado decorar o ambiente para refletir esta realidade. Alguns anglicanos usam velas para simbolizar a luz e a presença de Deus. Algumas igrejas podem ter altos tetos ou grandes cúpulas douradas para demonstrar a imensidade do Deus dos céus. O uso de símbolos para levar mensagens especiais e estabelecer um ambiente bonito é recomendado, embora não por mandamento bíblico.
Provavelmente o símbolo mais comum na Igreja é uma cruz. Muitas paróquias têm uma cruz bonita na parede. Os fiéis não adoram o símbolo. No entanto, ele lhes lembra o evento central da História, a Morte e a Ressurreição de Cristo, vendo a cruz no centro. A cruz é uma árvore que aponta a todo o mundo o caminho para a árvore da vida. Este madeiro apenas é símbolo da cruz que Cristo levou e onde morreu no Gólgota pelos pecados do mundo. Lembra-nos que Deus devolveu, em Cristo, o jardim de sua presença. A cruz é um dos símbolos bíblicos fundamentais, porque é símbolo da vitória da Igreja sobre o mundo.
Símbolos são uma parte de vida. Deus não os proíbe. Se fossem, então, teríamos que passar por nossas próprias casas e jogar fora todos os bichos de pelúcia das crianças, todos os quadros das paredes, esculturas de madeira que estão sobre as estantes. Nunca teríamos monumentos históricos prestando homenagens aos nossos heróis, apenas porque possuem imagens deles. (Thomas Howard). Talvez alguns cristãos não teriam nenhum problema em fazer isso, mas se fizerem, não é porque a Bíblia ordena.  Os símbolos têm um lugar bíblico definido em adoração e vida!

7. Por que nós lemos orações e as repetimos em nosso ritual?
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. (1 Pedro 2:9)

A Igreja inteira é chamada de sacerdócio. Como o povo de Deus é um povo de sacerdotes, todos deveriam estar envolvidos ativamente na adoração. Deveriam ser os únicos a administrar a adoração. Nos cultos anglicanos, os ministros conduzem, mas as pessoas é que estão prestando adoração de fato. As pessoas podem fazer isto porque eles sabem adorar. Elas foram treinadas com uma ferramenta chamada Livro de Oração Comum. Ele não pretende substituir a Bíblia. O Livro de Oração Comum, entretanto, é para a adoração o que o hinário é para a música. É projetado para equipar as pessoas para realizar todo o serviço de adoração e culto.
As orações recitadas são parte do treinamento para adoração. Não são, entretanto, o único tipo de oração, pois há a oração espontânea usada também durante os cultos. Nosso LOC tem lugares especiais onde os ministros fazem orações extemporâneas. As orações fixas seguem exemplos bíblicos, como o "Pai Nosso". Elas normalmente são declarações que expressam exclusivamente as necessidades das pessoas. São chamadas de "Coletas" por que são uma coletânea das necessidades dos cristãos e que são apresentadas pelos ministros.
As Orações fixas são orações que tem uma história sem igual. A oração seguinte tem uma história ligada a ela : "Ó Deus que és o autor da paz e do concorde amor, em reconhecimento de quem a nossa vida se devota em serviço pela liberdade perfeita; defende teus humildes servos de toda a agressão de nossos inimigos; que nós, confiantes na tua defesa, não temamos o poder de qualquer adversário. Pelo poder de Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém."  Esta oração foi escrita por um ministro da cidade de Roma, no século IV da era cristã, quando os bárbaros estavam por invadir a cidade. Na noite em que a fizeram, os bárbaros milagrosamente foram embora e nunca mais voltaram. A igreja manteve esta oração que Deus honrou tão profundamente.
A objeção comum para as orações lidas é que elas não são sinceras. Mas este necessariamente não é o caso. As pessoas leram os votos do casamento ou até mesmo memorizaram o que eles dizem. Isto significa que eles são insinceros? Claro que não! Na verdade, os seres humanos escolhem suas palavras muito cuidadosamente quando realmente querem dar a elas significado. Lembremos, isto ocorre quando as pessoas agem em ocasiões especiais.
Mas, e a repetição? Não é uma leitura morta? Não, novamente. Os homens gostam de repetir aquilo que eles amam. Porções favoritas das Escrituras como o Salmo 23, o Pai Nosso, As Bem-aventuranças, todas servem para ilustrar isso. E o que acontece com algumas canções, alguns hinos ou cânticos? Sempre são repetidos do mesmo jeito pelas mesmas pessoas. A repetição significa que eles são insinceros ou não expressam o que estão dizendo? Não. Eles estão repetindo o que amam e sentem. Na verdade, a repetição é difícil quando as pessoas não querem dizer o que estão dizendo. Isto é verdade em qualquer aspecto do culto. Finalmente, a repetição foi chamada de "mãe do aprendizado". Repetição é um modo de aprender elementos básicos de qualquer coisa, inclusive adoração. A maioria dos cristãos não sabe como adorar porque foram ensinados que isso vem naturalmente. Nada, entretanto, na vida cristã vem naturalmente. Deve ser aprendido. E, desde que a repetição é o modo mais básico de se aprender, o serviço de adoração envolve a repetição de certas partes importantes.

8. Por que vocês observam o Calendário da Igreja?
As tiras de tecido colorido no atril e outras toalhas sobre a mobília, além da cor da estola do ministro, servem para indicar a estação no ano da Igreja. O princípio do ano da Igreja é remir o tempo e trazê-lo sob o Evangelho (Ef 5:16).  Para ajudar o povo de Deus a submeter o tempo a Cristo, a Igreja organizou o ano ao redor de eventos da vida de Cristo, buscando manter sua vida de forma cristocêntrica. Os eventos do Evangelho entram em estações diferentes do ano, cada uma representada por uma cor diferente. Também, desde que o tempo tem três padrões - o dia, a semana e a estação - a Igreja busca por seu calendário reforçar, na base das estações, o que será ensinado na Igreja semanalmente. Por isso, haverá serviços especiais nas diferentes estações do ano litúrgico para focalizar as ações diferentes de Cristo.
Advento: A expectativa do Messias como rei. As lições têm a ver com o tipo de pessoa que Ele é, porque ele é necessário e como vem ao mundo. A estação é o começo do ano da igreja, dirigindo nossos pensamentos em duas direções: sua primeira vinda, na encarnação e sua glorificação, culminando em sua segunda vinda. A cor é roxa para simbolizar realeza e penitência em preparação para a vinda do Rei.
Natal: O nascimento de Jesus e os eventos que cercam sua Encarnação são lidos e estudados. A cor é branca para pureza e glória. O Apóstolo João diz que o Cristo é a maior expressão desta glória (João 1:14).
Epifania: esta palavra vem do grego e significa "aparecimento, revelação". A Epifania demonstra Cristo aparecendo ou se revelando para o mundo, especialmente aos gentios, os não-judeus, indicando sua missão mundial como Profeta, Sacerdote e Rei. A cor é verde para simbolizar o crescimento do ministério de Cristo.
Quaresma: Esta estação começa quarenta dias antes de Páscoa. Focaliza no jejum e período de tentação da preparação de Cristo para o ministério dele, um período de quarenta dias. A aplicação para a Igreja é de um tempo especial de arrependimento e auto-exame. A cor permanece roxa para penitência.
Páscoa: Esta inclui o Domingo da Ressurreição e os vários domingos que seguem. Aponta à Ressurreição de Cristo e as atividades dele até a Ascensão. A cor é branca para pureza e glória.
Ascensão: Nós adoramos, neste tempo, nosso Deus que ascendeu ao céu para estar à mão direita do Pai para interceder pela a Igreja dele e construir o reino dele na terra. A cor é branca para a glória de Deus.
Pentecostes: Acontece 50 dias depois da Ressurreição. Ensina sobre a vinda do Espírito Santo como línguas de fogo, simbolizadas pela cor vermelha.
Trindade: A estação final e mais longa (seis meses) do ano da Igreja começa com um domingo especial, dedicado à doutrina da Santíssima Trindade, a base da fé Cristã. Ao longo da estação, porém, o ministério de Jesus, seus milagres e ensinos (especialmente relativos ao Reino de Deus) são enfatizados. A cor verde aponta para o crescimento da Igreja a partir do Pentecostes.

9. Por que vocês cantam cânticos, salmos e música tradicional?
Em nossa sociedade, nós somos condicionados para só pensar em termos do indivíduo. O notável professor de Liturgia do Wheaton Collge, Robert Webber, diz que foi posta tanta ênfase na conversão do indivíduo que o culto, em muitas igrejas, não é centralizado na adoração. Ele diz que em cultos centrados na conversão do indivíduo "não se coloca mais ênfase na adoração, mas naquilo que é experiência pessoal do adorador."
Webber afirma que a troca pelo indivíduo ocorreu porque alguns cristãos americanos logo pensaram (e erradamente) que "esses que foram convertidos precisam de menos estrutura e eram menos dependentes dos outros para a adoração." Na verdade, a liberdade é uma das estruturas do cristianismo. Por exemplo, as pessoas não podem compor se não conhecem teoria musical e notação. Na realidade, requer que outras pessoas sejam envolvidas em nossa vida para nos ajudar, treinar, encorajar, "estimular uns aos outros nas boas obras" (Hebreus 10:24), como diz o Apóstolo Paulo.
Por que a Igreja moderna abandona tão freqüentemente o princípio de liberdade na estrutura? Eu creio que é por uma ênfase demasiada no "em mim" e não no "em nós", na coletividade. Muitos vêm adorar para si mesmos, o que "eu quero", o que "eu acho". Adoração bíblica não exclui o indivíduo, mas é um ato coletivo. A congregação inteira se reúne a uma só voz para que Deus a ouça..
Além disso, a adoração coletiva reúne a igreja de todas as idades. Nós não nos levantamos sozinhos quando adoramos. Nos unimos a todos os crentes, do presente e do passado, porque a Igreja se aproxima do céu quando adora. Nossa adoração não pode refletir só o pensamento da presente era, senão seria necessário excluir o povo de Deus do passado. Deve ser compatível com a Igreja Una, Santa, Católica (universal) e Apostólica de todos os tempos. Esta unidade com a Igreja inteira cerca toda faceta da adoração, especialmente a música.
Nós cantamos músicas de toda a história da Igreja, algumas datando do século II. Um exemplo é o "Te Deum laudamus", traduzindo, “Nós Louvamos a Deus”.  Não cantamos apenas música do século XX, embora houvesse bons compositores nesse século. Não tentamos ser "simplesmente modernos", embora não queiramos excluir o que está sendo feito em nosso tempo.
Deveríamos, entretanto, esperar que a maioria de nossas músicas fossem as do passado, afinal, são dois mil anos de História que nos precedem. Por isso não há tanta música do século XX em nossos cultos. Deveríamos também compreender que a maioria das músicas de nosso tempo imitam as músicas profanas. Não são escritas exclusivamente para adoração. Às vezes, têm um propósito evangelístico. Não há nada errado em escrever música contemporânea com finalidade evangelística. Mas a Igreja do passado entendeu que a finalidade da adoração é diferente; é para a doxologia. Não escreveu sua música, portanto, para parecer secular.
Realmente, era o mundo que imitava a música sacra (Mozart imitou Bach). A igreja escreveu música para aproximar-se do trono de Deus. Novamente, opera a premissa de que o melhor deveria ser trazido, não de um período apenas, mas de todas as eras da Igreja. Não deveria ser trazida música deslocada da adoração para ser incorporada no Dia do Senhor. Este serviço não é para entretenimento. Por isso, em muitas igrejas litúrgicas, os instrumentos são colocados atrás. A música para adoração da igreja pode ou não ter um som contemporâneo, mas deverá ser compatível com os propósitos de adoração.

10. Como é a ordem dos Serviços religiosos?
Há dois serviços de adoração básicos: a Oração Matutina e a Santa Comunhão. A Oração Matutina é um serviço de leitura das Escrituras com oração. E a Santa Comunhão é um serviço em que a Palavra de Deus é pregada e é visível na Ceia do Senhor. A ordem de ambos os serviços é semelhante, entretanto há algumas diferenças. O Dr. J.I. Packer mostra que a ordem é fácil de lembrar porque é a própria mensagem do Evangelho em formato litúrgico. Tem o padrão triplo do Evangelho: Confissão de Pecados, Declaração da Graça e Resposta da Fé. Este padrão se repete três vezes no serviço, para enfatizar o único caminho do homem a Deus.

 

Oração Matutina

Primeiro Ciclo
Confissão de pecados: Depois de cantar e simbolicamente marchar na presença de Deus em forma de procissão (da entrada da igreja, os ministros e os acólitos), o primeiro ato é a confissão de pecados. A qualquer momento que, na Bíblia, alguém entra na presença de Deus, este sempre é o primeiro passo. Isto é fundamental no conhecimento de Deus. A confissão de pecados é dita por todos. Declaramos os pecados de omissão e de comissão, os pecados do coração e da carne. É uma declaração ampla para incluir todos os nossos pecados.
Declaração da Graça: Depois de lidarmos com o pecado, é declarada a Graça de Deus sobre nós. Esta é uma declaração dita pelo Ministro. Ele não tem o poder, de fato, para perdoar pecados. Ele só pode declarar o perdão baseado na Palavra de Deus, para os que estão verdadeiramente arrependidos. Porém, ele conforta esses que confessaram o pecado deles com a realidade de perdão por Cristo. 
Resposta da Fé: A congregação responde ao perdão com a Oração do Senhor. Nós não deveríamos esquecer que aquela oração é uma Declaração de Fé. É então um modo apropriado para responder à oferta gratuita do Evangelho.

Segundo Ciclo

Depois de uma breve transição por meio de alguns versículos, responsivamente utilizados pelo Ministro e Congregação, entramos no segundo ciclo do Evangelho.
Confissão de pecados: Salmos são cantados ou responsivamente lidos. Eles são um modo de declarar as deficiências fundamentais dos homens e suas necessidades. Eles são, de fato, confissões diante de Deus sobre o homem e Deus.
Graça: depois do segundo ciclo de confissão diante de Deus, é declarada a graça pela leitura e resposta das Escrituras. Porções do Antigo e do Novo testamentos são lidas como Primeira e Segunda Lições. Depois de cada leitura, a congregação se levanta e anuncia a graça de Deus cantando a Escritura. Isso demonstra a grande reverência que devemos a Deus e à sua Palavra.
Resposta: Quando a Palavra de Deus é lida, a Igreja dá como resposta especial sua Profissão de Fé, na forma do Credo dos Apóstolos ou outro Credo. A palavra "Credo", significa "Eu creio!". Todas as igrejas têm certas convicções, embora possam negar que possuem um "credo". Os credos deles são expressos em seus hinos, sermões, material de Escola Dominical e, assim, sucessivamente. Credos são inevitáveis. As Igrejas Históricas sempre constituíram seus credos ao redor da Santíssima Trindade. Nos credos oficiais, o leitor notará esta divisão trinitária entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Esta é uma expressão credal da fé. Note que a primeira resposta de fé estava na forma de oração. Agora está por meio de um credo. A congregação respondeu orando e declarando a sua fé. Ambos são aspectos importantes de verdadeira fé em Cristo.
Muitas Igrejas que usam a Oração Matutina têm o sermão e o ofertório imediatamente depois do Credo; outras colocam estas respostas ao término do serviço religioso. O sermão e o ofertório são respostas específicas de fé. O sermão está centralizado na Palavra de Deus, seja nas lições do dia, seja em outra porção das Escrituras.

Terceiro Ciclo

O último ciclo está exclusivamente na forma de oração. É o auge do serviço, pois a congregação está mais íntima com Deus e consigo mesma. Mas, como as pessoas vêm a Deus e de certo modo "sentam-se em seu colo", o serviço termina com as petições dos filhos para seu Divino Pai.
Confissão: O ciclo final começa com outra transição por meio de versículos. Este versículo é um responso em forma de confissão e pedido: Ó Deus, limpa dentro de nós os nossos corações.
Graça: Depois, duas coletas (orações coletivas) são oferecidas junto com outras. Uma é especificamente chamada de "Coleta pela Graça". É uma petição para proteção e segurança como também uma oração para retidão. Depois da Coleta, orações pela Nação e pela Igreja são ditas. Ambas pedem que a Graça se manifeste de acordo com as necessidades particulares de cada instituição.
Resposta : Finalmente, a congregação faz uma “Oração Geral de Ação de Graças". Ela foi escrita originalmente durante o tempo em que a Inglaterra tinha forte influência puritana, para expressar a resposta de gratidão do homem à grande clemência de Deus. É dita por todos como expressão final de fé. O serviço é concluído neste terceiro tipo de resposta: ação de graças. Os participantes responderam então com oração, credo, e gratidão. Fé é orar, doutrinar e agradecer.
A Oração Matutina conclui-se, então, com um pedido simples de bênção: "A Graça". Três vezes a congregação foi levada diante do Trono de Deus. A mensagem da Bíblia foi reforçada por palavra e ação.


Santa Comunhão

O Serviço da Comunhão segue o mesmo padrão do Evangelho. Muitos dos princípios são os mesmos, todavia, agora, a igreja responde a Deus em comunhão, outra dimensão de fé.

 Primeiro Ciclo

Confissão: Depois de um hino de abertura e versículo introdutório, o Ministro ora a "Coleta pela pureza". Ele lê a lei, depois da qual a congregação responde, então, “SENHOR, tem misericórdia de nós, e inclina os nossos corações para guardar esta lei."
Graça: A Graça de Deus é declarada pela leitura da Bíblia: a Epístola e o Evangelho.
Resposta : A congregação pode, então, responder com fé, dizendo ou cantando o Credo Niceno,  ouvindo o sermão, ofertando e dando o dízimo, orando pela Igreja Militante (que marcha na Terra).

Segundo Ciclo

Confissão : A congregação é chamada para confessar seu pecado por entrar diante de Deus. Esta confissão é semelhante à da Oração Matutina. É uma declaração de arrependimento, enquanto enfatiza a necessidade do homem converter-ser do seu pecado.
Graça: Depois da confissão de pecados, é declarada uma absolvição. A Bíblia, que promete o perdão, foi lida. A congregação aproxima-se de Deus com uma verdadeira garantia.
Resposta: A congregação repsonde com o "Sursun corda", que significa, em latim, "Elevai os corações". Neste ponto, o povo de Deus se aproxima do céu, já que não há limites entre o Céu e a Terra. Os anjos estão agora observando, tal qual uma "grande nuvem de testemunhas" (Hebreus 12:1). Imediatamente, depois do "Sursum Corda", o "Santo, Santo, Santo" (historicamente chamado de Trisagion) é dito, com um breve prefácio antes dele. É uma citação direta das Escrituras: "Portanto, com os Anjos e Arcanjos, e com toda a companhia celeste, louvamos e magnificamos o Teu glorioso nome; e Te louvamos para sempre dizendo: - “Santo, Santo, Santo, SENHOR dos Exércitos; os céus e a terra estão cheios da Tua glória”  (Isaias 6.3). Glória seja dada a Ti, ó SENHOR  Altíssimo!." Tudo isto é uma resposta de gratidão.

Terceiro Ciclo

Confissão: O ciclo final começa com a "Oração de Humilde Acesso". Este título captura a essência tremenda da oração. Declara que a Igreja não é merecedora de comer as migalhas que caem de Sua mesa. É uma declaração simples de contrição.
Graça: a Graça de Deus é vista na "Oração de Consagração", onde os elementos de pão e vinho são consagrados. A Comunhão é um dos meios de Graça, que se aplica a todo aquele que participa pela fé da Ceia do Senhor.
Resposta : O restante do serviço é uma bela resposta. Tudo conduziu a este ponto. A resposta de fé começa com a recepção da comunhão. A pessoas caminham para enfatizar que estão se aproximando pela fé. Nós somos privilegiados em vir e nos ajoelhar diante de Deus, de modo especial nesta hora, para receber este maravilhoso banquete. Depois, voltando aos lugares, canta-se "Glória in excelsis Deo", alegrando-se o povo por ter comido com Jesus. Finalmente, oram e recebem a bênção. Então, o serviço se encerra com um hino recessional, com o ministro e os outros oficiais levando a congregação para o mundo afora, respondendo com alegria, com fé viva e boas obras.
 Observações finais
Estes são os Serviços Religiosos da segundo a Tradição Anglicana. Eles são poderosamente bíblicos, pois levam o Evangelho todas as vezes, testemunhando de modo tríplice em sua condução. Talvez seja importante lembrar que nos grandes avivamentos da História estes Serviços de Adoração foram fielmente observados. Para João Wesley, o Livro de Oração Comum era muito importante,  tanto quanto a Bíblia no culto e na vida da igreja. Wesley disse: "Eu não acredito que haja alguma liturgia no mundo , em língua antiga ou moderna, que inspire maior e mais sólida , bíblica e racional devoção do que o Livro de Oração Comum da Igreja da Inglaterra". Seus escritos são marcados com muitas alusões e comentários do Livro de Oração Comum. Ele era relutante em separar evangelismo de liturgia, ou a vida sacramental da Igreja e a revolução social

*   *   *
(*) Este texto é uma coletânea de observações sobre liturgia, feitas em inglês pelo Revmo. +Ray Sutton, Bispo da Reformed Episcopal Church, hoje, membro da Anglican Church of North America. A versão foi feita pelo Rev. Virgilio Cezar Henrique Pereira Torres+, no ano de 2001.

Nenhum comentário:

Postar um comentário